OFICINA DAS MAÇANETAS, ALUCINAÇÕES E VISÕES

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

RODOVIÁRIA DE PAIXÕES

Bêbado, incerto, tropeço,
Caído...
Revelado, ferido, raivoso,
Vingativo...
Depois
Invejoso, bandido, munido,
Destrutivo...
E então novamente
Aturdido, esquivo, perdido,
Enfim...
Foragido.
Ah... Esse meu desejo agressivo,
Faminto,
Uma rodoviária de paixões...

Um errante, e
Seu perfeito desfecho
De calhorda relapso,
Deslocado,
A piada repetitiva
Do amor moralizado
Banalizado,
blá, Blá, blá, blá...
Ah... Esse meu desejo agressivo,
Faminto,
Uma rodoviária de paixões...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

ROMPENDO O TÉDIO[VAMOS AO LAGO]

Hoje acordei torto,
Minha moça,
Com o desejo
De desorientar tua toca,
Te incitando surpresa no olhar
E alguma vontade na boca.

Hoje acordei outro,
Minha moça,
Querendo redescobrir
Sua beleza de mulher,
Incendiar tua roupa,
E desunindo as tuas coxas,
Te chamar de louca, louca, louca!

Hoje acordei estranho,
Minha moça,
Necessitando ficar chapado,
Pernoitar ao teu lado,
Pender as asas pra voar
Como um ser alado,
Buscando a ambrósiado passado.

Hoje acordei esquisito,
Minha moça,
Ressuscitando você e eu
Na excitante jornada
Pela liberdade no acaso,
Te convidando a procurar
O caminha para o antigo lago.

ME ACORDA A MADRUGADA

O celeiro do vagabundo,
Por trás de um
Um olhar sonolento, fervilha.

Resquícios de palavras soltas,
Resíduos instrumentais,
Ecos doentios de criatividade...

[...]

Escutam isso ?
Parece ter sido uma cisão
Da gritaria no celeiro,
Mas só parece...

Comer um pão com sabor
De madrugada...

A esquizofrênica do farol
Já delirou. ─ O outro
Lado fervilha, fervilha, fervilha!
Com a liberação sinestésica
Da poesia.
Inescrupulosa e violenta a liberação
Da poesia.



A DERIVA NO MAR DA MORENA

Eu chorei um mar, por você, meu bem.
E quantas rosas te daria, se tu quisesse!
Mas tanto me ignora e me entristece
Que só quereis a rosa que em teus seios já
Adormece.
Desdenho do meu calor, tu resplandece.
Germe de minha dor, que floresce.
Embebedado de teu mal-amar...
Não mais buscar no futuro teu olhar
O sentimento que nele
Desconheço.


AO MEU BRASIL!

Ando pelas ruas
Com as retinas nuas,
Por onde passo
Sinto fedor de marasmo,
Duma gentinha
Sem título e sem nome,
Fingindo alegria
Num curral de fome.

Ideal tropical
Escondendo com praias e bundas
O que escorre
Bem de pressa pra dentro
Do esgoto!

─ Vontade de desertar,
Desistir, sei lá...

Tristonhos sorrisos burros,
Definhando com confetes de cocaína,
Todos os personagens,
Aplaudidos num tardio
Fim.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

ERIC DRAVEN

Mais um maldito se levanta,
Rasgando a terra da morte,
Cambaleante – Chuva grinalda
Da noite absurda, combinam –
Com a morte em seus ombros,
Já sem sangue, derrotada.

Ele voltou a cidade de ruínas.
Trás consigo a vingança
Do diabo.-- Canções de vertigem
E corvos vociferam—E rastejando
Pelos restos da cidade,
Que em cinza e vermelho se
Prepara pra guerra.

Contorciam-se em suas sinapses
Visões de sua primeira morte,
Perturbando – A queda no infinito
Abismo diabólico, a margem –
Gritava, num gesto de existência,
Como se fosse um suicídio.

VIDA QUE SEGUE

Do aviso ignorado
Se refez o vagabundo.
O ponto fixo
Se contorceu lado a lado,
E pendeu avulso,
Sumiu.

E outra vez, bem talhado,
O ultimo crepúsculo,
Disse não mais me alertar...

Vociferou mais um lobo,
Na estrada
De minha estrela
Desleixada.
Correndo enquanto ar ainda
pulsa, mesmo em derrames,
O elixir púrpura.