OFICINA DAS MAÇANETAS, ALUCINAÇÕES E VISÕES

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domingo, 23 de janeiro de 2011

PRIMEIRA INTIMIDADE COM A MALDIÇÃO( DIÁLOGOS ENTRE MENTOR E O NEÓFITO)



(Das primeiras vozes que Baco me proferiu)
“Brindemos às coisas disformes, que se-furtam, furtam-me e somem – Morrem ? – E estiveram em vida em alguma vinda, pois desdenham de quimeras, entretanto abismais, já que sentiram-se cálidas em pleno vôo por provarem um pouco de ar ? --   em delírios de feitiçaria, na trilha do objeto em criação e possuído por um componente definido pela indefinição, portanto é o que nos resta, vigário profano, miserável famigerado de nefasto existir, ou não sabes que trágica é a tua estrela ? Ora, ora patético mendigo, pra tu não foi reservado o deleite gratuito, marcaram-te, pois, com uma chaga que te forçaram à testa, mas que tu apertas no peito... Sentindo a embriaguez  que alimentam os que preferem as perguntas, as expedições experimentais em terras espectrais ! Mas ainda assim, o que nos resta ? ... Ai, os solventes são cúmplices de tudo que exala, derrama, transborda em nossos desmaios... Tudo que perturba atormentando-nos até a exaustão, que risca mas não termina no papel, pois faz parte da estrada este rastejar sonâmbulo, que é tal qual seduzido pelo caos, quando este em te, só por isso, sustenta e concentra toda as suas hostilidades e pilhérias de quem não merece ser santificado... “  (Profecias de Baco para mim, Max Honorato, o maldito)






Autor: BACO.
Redigido, editado e psicografado por:
Max Honorato, o maldito.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

DE MEUS “PASSA-TEMPOS”



Passo as páginas
[...]
E as horas juntas
                      [...]
... Viagem livre...
Mente leve... !
...Leve mente...(!)
... Levemente...(se-
rá que durmo ?)
será que fumo... ? será
que padeço... ? Ou será
que me esqueço ?
(Pedras de escadas. Água de sede e de banho.
Crianças de correria. Os animais amigos. Ver-
de verdade. Puro e místico como nos contos.
Será ?)
Será, mesmo ?
Foda-se, não importa !
                                           Vou subir nas pedras,
                                            Mergulhar e beber e
Me entregar a tal deleite, sonho, viagem =
Sei lá... !





 Autor: BACO.
Redigido, editado e psicografado por:
Max Honorato, o maldito.

Com Amor, A minha Senhora



Vinde aqui, ó ma senhora,
Para que tu, afobada, proves
O amor que não provara outrora,
E que teu “amante” te deves.

Pois temo que a presa
Cace o bom cavalheiro.
E não me coça a empresa
Ser cuidada pelo teu olheiro.

Voemos ao sonho, minha dama.
Hão de nos valer os calores d’alma
Quando nosso amor encontrar a calma.

Oferto-me em amplidão à teu acatado querer,
Só esperando o mesmo de teu parecer,
E vosso gesto siga como o alvorecer.




Autor: BACO.
Redigido, editado e psicografado por:
Max Honorato, o maldito.

O XAMÃ

Ele vem vindo
Sonâmbulo, gritando excitado
Pelo teor de seu cachimbo,
Acendendo-se em verdade e logro,
Incorporando num mesmo átimo
A divergência dos inseparados,
De seu negro e introspecto dorso,
À revelia da fachada zombeteira e alva.

Esta persona turva, difusa
Bruxuleava em agonia,
Enquanto uma melodia sombria
Fermentava a letargia
Que o conduzia,
Numa dança maníaca
Buscando alguma experiência,
Uma alegria, um prazer suicida.

Era um existir clandestino,
Num frêmito demoníaco
Cantando, girando, queimando...
Em uma tamborilar baconíaco,
Com olhos vermelhos e lisérgicos,
Assobiando a magia da flauta,
Que sensações ligeiras imprestava
Em busca do reino dos mistérios.





Autor: BACO.
Redigido, editado e psicografado por:
Max Honorato, o maldito.

AS DIMENSÕES DO SONHO BEBADO

O nebuloso azul
Vem serpeando,
Não vês ¿

O deformado azul
Vem desferindo pelas orlas,
Desviando pelas vielas,
Escorrendo pelas alamedas,
Não sentes ¿

Ah, que triste os teus
Sentidos estreitos.
Ah, quisera eu fazer-te
Poder perder-se no azul...
Perder-te num aspecto de mar,
Num refluxo...
Num reflexo estelar !

A estrela nos conduz,
E o cruzeiro vertido em fumo
Parte. Parte ¿ Nunca partiu !
– suturas lentas no sal –
Mas não volvemos ao cais.
Não te tocas ¿

Então beba, beba, beba!

Extrapole, ó funesto socrático.
E aguente deslizar
Toda a tensão causada
Pelos demônios do oceano
De Estrelas !

Encontrarás a vertigem
De toda inocência,
A extensão caótica do novo
E eterno !

Ah, que bálsamo zonzo
Do azul...!
Ah, o estonteante prazer
De cruzar
As ondas do céu
Causa em mim um pileque
Partido com as guias
E luas.

Ébrio, me visto de prata
E então canto à voz de vinho.
Desfaço-me nas nuvens,
Aniquilei-me no mar dos sonhos,
Fugi no espaço de meu porre.

E tu, ficaste na tristeza de minha morte ¿



Autor: BACO.
Redigido, editado e psicografado por:
Max Honorato, o maldito.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

SOCIEDADE PERDIDA


Nos primeiros socos

Da luz,

Júbilos aos novos sopros

Da cruz!

Lustre de cobre nas correntezas,

Tranquilas,

Derretiam sobre os edifícios

Selvagens,

Os animais não eram surdos e cantávamos

Todos a

Mesma canção

Surda!

Ah, !

?
...

[ ... ]

Sim...

Mas não!

Por ora violam nosso recanto

Gentil!

Com minérios apanhados de ordem

Divina,

E transformam nossas crianças em

Anciões,

Nossas mulheres não mais podem

Reter

Na boca morena e suada

O doce

E os seus belos seios se tornaram

Agrestes,

Nossas vagabundas não possuem

Mais

A virgindade da intuição sem pejo,

Pois

Em uma manhã visão de sépia

Todos,

Todos acordaram...

Trepidos

E ouvimos escândalos de falsetes

Sem amor,

E alertavam dos bangalôs

Das moças,

Era o avanço da evolução sangrenta-

Civilizada,

O início da expansão da moral inimiga

De si!

A priori o atentado primeiro ao sol,

A lua,

E a chuva que descai cândida ao fim

Da tarde...

Desde as primeiras sombras

Do progresso!





 

Autor: BACO.
Redigido, editado e psicografado por:
Max Honorato, o maldito.