Todo movimento à consciência ou à inconsciência, todo gesto
para a lucidez ou para o torpor, gera necessáriamente o protozoário do
suicídio. O devir, única expressão justa que conheço sobre o sentido da vida,
que carrega o movimento e seu contraponto, é um continuo diálogo simbiótico e
ainda o motivo do caos. A luz e a sombra são comparsas de mesmo interesse.
Sendo assim, o impulso suicida também, no seu ato, busca o mesmo que o instinto
de preservação, não pretendendo, porém, a estética do absoluto, o atemporal e
todo seu peso e sua natureza estéril. É a vida que nos intima, através do
suicídio, a celebrar a tragédia, que a todo instante ocorre, a cada coisa que
se evapora e vai encontrar outra forma de ser.
[Cá commeus botões]
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