OFICINA DAS MAÇANETAS, ALUCINAÇÕES E VISÕES

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domingo, 10 de outubro de 2010

EM BUSCA DA EMBRIAGUÊS ( O ESTADO DIONISÍACO )

Eu queria sentir
Um troço louco
-- qualquer cisma—
Que me desse uma escrita igual.
Sem forma , sem mãe,
E me queimasse , ardesse
Como um trago seco de “wiski”,
Embriagando e sujando
Tudo que há por dentro,
Despertando o corpo,
Desorientando a mente,
Despindo-a, tolhendo-a
De qualquer tino ,submergindo
As idéias na inconsciência,
Envolvendo-a num manto
Destilado pelo sonho de um viver
Místico, fantástico, desconhecido
E improvável ;a não ser para
A insânia que encontra
Seu sentido na moléstia . Qual !
Não poderia haver sentido, e não há!
Seria uma imperfeição na desordem,ou
O vestígio da oposta proposta . Sei lá...
É custoso, penoso tentar expressar,e
Talvez impossível, coisa que se quer
Almejada naquilo que não se pode definir!
Mas é necessário...
Pode haver verossimilhança
-- mas não se sabe , visto que é
Caso que extrapola à física,a realidade—
Com o infinito -- misto do que tolos,
“xamãs”, prostitutas e poetas sonharam .
Pode ser Que se encontre no limiar da liberdade ,
No liame entre A fábula e o empirismo ,
Sendo concebível apenas à via do desregramento,
Ou plausível apenas numa silueta mítica , utópica .
Talvez seja aceitável só no que é etéreo ,
Fantasmático, irreal, imaginário...
Missão reservada aos maníacos ,
Os de mente desajustada ,
Aos que são amaldiçoados por um ideal
Mesclado da miséria e da opulência ,
O sonho do “ fogo “ , ou a chama
Onde o feiticeiro , um mamífero ,
A serpente e a cobra ,cada um a seu modo ,
Prestam culto ao oculto, estagnados numa caverna
Em viagem ao extraordinário
-- Espécie de invisibilidade – empacados ,
Compartilhando do mesmo transe.
Tudo muito turvo , muito nebuloso.
É um mistério ,a ambição da qual me sinto desejoso ,
Não desde agora ,mas nem a memória importa ,
Pois de qualquer maneira não se pode definir ;
Não sei bem ! e não sei se é possível ou necessário
Caracterizar, pois, talvez fazendo-o, seria limitar
-- mais uma vez um atentado a liberdade do propósito!—
Enquanto escrevo sinto uma nódoa de receio
-- bebo um copo colérico – é minha lida ,
Desde que deixei possuir-me esta
Psicose, obsessão que me impele
A perambular por esta febre e ceder tudo
A esta minha obstinada loucura
De mendigo ambicioso.






Autor: BACO.
Redigido, editado e psicografado por:
Max Honorato, o maldito.


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