OFICINA DAS MAÇANETAS, ALUCINAÇÕES E VISÕES

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ENCONTRO COM LILITH

                      Sim ela veio.Veio junto com as estrelas da noite e o êxtase da minha alegria... Mas o dia acordara com outras intenções, pois ensaiava uma outra sorte, conflitante as minhas ambições para aquela sexta, depois do colégio.O dia tinha levantado de ressaca e rabugento, nebuloso e melancólico, anunciando frio, muita chuva e o cancelamento do encontro.Só que lá pelas aulas de filosofia e literatura, o sol resolveu se intrometer fazendo ás vezes de cupido, dispersando a frente fria conspiradora e invejosa – Lá se foram as cinzas do dia.Então eu não só me animara, como era de costume, depois de findados os tempos de matematica, para ir esperar o ônibus – Após uma hora percorrendo uma estrada que surge no asfalto e que adiante se embrenha num caminho barrento que desemboca na minha miúda cidade, logo estarei em casa... Logo estarei com ela – como na verdade, estava desesperado para fazê-lo.


                     Dentro do ônibus as pessoas conversam... A viagem balança... O motorista acelera... Eu vou junto... Fantasias me distraem ansiando o aguardado momento – Falta pouco !


                     Chego em casa, me arrumo todo, pego caneta papel e violão,– Vai que me sinto inspirado ? – peço benção a minha mãe e vou para o lago.


                     Agora voltemos para o que eu dizia no começo.Chegando lá estremeço, pois ela já estava a minha espera – Que vergonha ! Não carece de elogiá-la, meu nervosismo e olhar arregalado simbolizam toda devoção.Sento-me na beira do lago, ouço o zumzumzum dos curiosos.É a mãe natureza que nos vigia, que nos toma conta.Tento uns acordes para impressionar e me descubro tímido.Ah... Como era linda, e mais alta do que eu também, mas isso não importava.Naquele momento eu tinha a posse de minha dona.Ela parecia estar cada vez mais próxima e uma bruma cheirosa se desprendia do corpo dela.


                     A essa altura eu já estava inerte, hipnotizado por aquela mística.Já estava enxergando duas dela... Duas loiras e cheias exalando aquele perfume... Já não sabia se vivia aquilo... Não sabia se respirava aquela música... Não sabia se naquele momento eu existia... Não poderia dizer se era um sonho.








Autor: BACO.
Redigido, editado e psicografado por:
Max Honorato, o maldito.

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